Em 2022, foi registrado o maior número de internações no SUS (Sistema Único de Saúde) por complicações relacionadas ao câncer de intestino ou colorretal da década. Os dados são da SB (Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva) e da FGB (Federação Brasileira de Gastroenterologia) e mostram que o maior aumento proporcional foi em Mato Grosso, onde as internações aram de 917 em 2020 para 1.385 em 2022 – um salto de 51%. 6c3w51
Vítimas do câncer colorretal
De acordo com as entidades, os dados no país são alarmantes: 768.663 hospitalizações só no SUS para o tratamento da doença entre 2013 e 2022. Personalidades como o cartunista Paulo Caruso e atletas como Pelé e Roberto Dinamite foram vítimas da doença. Recentemente, a cantora Preta Gil também recebeu o diagnóstico do câncer.
Somente em 2021, 19.924 pessoas morreram por causa desse tipo de doença. Isso representa aumento de 40% em relação aos casos registrados em 2012, quando houve 14.270 mortes. Os casos aumentam, em média, 5% a cada ano.
Além disso, cerca de 265 brasileiros são internados diariamente no SUS por causa do câncer de intestino, doença que está relacionada ao aparelho intestinal e desenvolve tumores no intestino grosso, cólon, reto e ânus.
Com isso, o Inca (Instituto Nacional do Câncer) prevê que o número de novos casos de câncer colorretal no Brasil a partir deste ano até 2025 pode chegar a 45.630.
Caso a projeção seja confirmada, a doença, que atinge homens e mulheres, alcançará um patamar superior a 136 mil pessoas no país.
Diagnóstico e prevenção
As entidades explicam que o diagnóstico de câncer colorretal não é sentença de morte, mas se não for bem tratado, pode, de fato, ter consequências sérias para o bem-estar do paciente. Vale lembrar que, quanto mais cedo for descoberto, maior a possibilidade de intervenção e cura.
Os principais sintomas da doença estão relacionadas a alteração do funcionamento do intestino.
A orientação é que, a partir dos 45 anos, homens e mulheres procurem um médico para avaliar a saúde do intestino, pois o câncer pode apresentar poucos sinais no estágio inicial.
Em casos de histórico de família, é importante que a avaliação seja feita antes do cidadão atingir essa idade.
Outro alerta é que pessoas com doenças inflamatórias intestinais, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn, têm maiores riscos de desenvolver o câncer de intestino. Parte desses pacientes pode não apresentar qualquer tipo de sintoma nas fases iniciais da doença – daí a importância dos exames diagnósticos.
Combater o tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, consumo excessivo de carnes vermelhas e dieta pobre em fibras estão entre as ações de prevenção ao câncer de intestino.
Internações
Apesar da pandemia de Covid-19 – período em que baixou o número de internações por conta de outras doenças – 2022 registrou aumento nas hospitalizações para tratamento de câncer de intestino em 21 estados brasileiros.
Apesar de o maior aumento proporcional de casos ter sido registrado em Mato Grosso, ao longo da série histórica, em números absolutos, São Paulo aparece com mais casos: 178.355 hospitalizações. Na segunda posição fica o Paraná, com 108.296 ocorrências. Logo depois, aparecem Minas Gerais (105.441 casos), Rio Grande do Sul (78.140 casos) e Santa Catarina (48.995 casos).
Março Azul
Ao logo deste mês, as associações médicas envolvidas no levantamento divulgam a Campanha nacional "Março Azul", com o objetivo de ampliar a conscientização e prevenção do câncer de intestino.
Em 2023, com o tema “Saúde é prevenção. Cuide de você, evite o câncer de intestino”, os especialistas chamam a atenção dos brasileiros sobre a necessidade da prevenção, diagnóstico e tratamento precoces.
A proposta é investir em ações de prevenção e evitar que pacientes precisem ser internados. A campanha lembra, ainda, que existem métodos diagnósticos de menor complexidade e que podem ser oferecidos de forma sistematizada pelo SUS para rastrear pacientes mais propensos a desenvolver a doença.
Quando alterações no reto e no intestino são diagnosticadas em estágios iniciais, há possibilidade de intervir e prevenir uma evolução da doença.
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