O latido do pastor-alemão Tayson foi o estopim para que o casal - que há uma década se dedica à causa animal - encontrasse Marta dando a luz no chão da cozinha da casa vizinha. À reportagem, Edgard contou que estava procurando por animais peçonhentos ou gatinhos que pudessem ter chamado a atenção de Tayson quando a cunhada de Marta apareceu pedindo ajuda. 396w2t
A princípio, em decorrência dos compromissos de trabalho e da aparente falta de urgência da mulher, Érika e Edgard ofereceram à família um carro de aplicativo, mas no momento em que escutou a palavra "sangramento", Érika não hesitou em entrar na casa da vizinha. No meio tempo, o analista de negócios desmarcou as reuniões agendadas e correu para ajudar a esposa.
No chão da casa, os dois não esperavam encontrar uma mulher dando a luz a um bebê. Por algum tempo, Edgard ficou na frente da residência em contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que tentava levar uma equipe inteira de médicos até o local. A lentidão da hora do rush, porém, foi superada pela pressa da pequena Anna Heloysa em conhecer o mundo.
Quando percebeu que a bebê estava a caminho, Edgard entrou dentro da casa e junto da esposa, acompanhados via telefone pelos médicos do Samu, os dois trouxeram Anna Heloysa à vida.
"Foi incrivelmente aterrorizante. A sensação é única. Eu e minha esposa temos uma história de 10 anos de causa animal, nosso foco é totalmente outro, a gente optou por não ter filhos, mas Deus quis fazer com que um casal que não vai ter filhos fizesse o parto de uma criança. Foi um presente, uma sensação única. Deus estava ali nos orientando", afirmou o analista de negócios.
O SOM DO NASCIMENTO
Depois que Edgard conseguiu fazer a manobra necessária para retirar os ombros do bebê, os médicos recomendaram o casal a não cortar o cordão umbilical da menina ou retirar a placenta. Anna Heloysa foi imediatamente colocada no colo da mãe enquanto todos aguardavam pelo som mais esperado do nascimento: o choro do bebê.
À reportagem, Edgard relembrou que o primeiro grito da pequena Anna Heloysa simbolizou o alívio de todos presentes. Incluindo a cunhada de Marta, que assistiu o parto sem poder fazer muita coisa, já que segurava outro bebê no colo.
Para Érika, que tem a prática de elencar seus sons favoritos na vida, o choro da bebê entrou para o ranking dos melhores já escutados.
"Minha esposa é muito ligada aos sons, ela ama o canto dos Sabiás, o barulho da patinha dos cachorros no piso e a expectativa, a tensão era tão grande para ouvir o choro da neném, que o choro do recém-nascido entrou para o ranking dos sons favoritos dela. Aquilo não sai do ouvido dela. Foi o momento que a gente pensou: deu certo", relatou Edgard.
Depois do parto inusitado, Anna Heloysa e a mãe dela foram encaminhadas ao hospital onde, devido às condições insalubres do parto, permanecem internadas. As duas, porém, am bem. Anna Heloysa nasceu com 3.100 kg.
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