A Polícia Civil apurou que a fraude no concurso público da Prefeitura de Mirassol d’Oeste (297 km de Cuiabá), realizado por uma empresa sediada na Capital, identificou que o operador do esquema criminosa tinha, meses antes da realização das provas, a lista com a classificação nominal e a definição por colocação nos cargos do certame público. 356i41
As informações constam na análise realizada no aparelho celular de J.R.P., apontado como operador do esquema, que teve a prisão decretada e está foragido. O celular foi apreendido durante a investigação sobre o homicídio do advogado Francisco de Assis da Silva, proprietário do Grupo Fassil, em São José dos Quatro Marcos (310 km de Cuiabá). A vítima foi morta no dia 11 de outubro de 2021, na frente de seu escritório, por dois atiradores. A Polícia Civil reuniu evidências de que J.R.P. foi o mandante do crime.
As diligências realizadas apontaram que, no dia 21 de janeiro de 2022, ou seja, antes mesmo da aplicação das provas do concurso, que ocorreu em fevereiro do ano ado, o operador do esquema já estava com a relação dos 35 aprovados. Mas as provas só seriam realizadas mais de um mês depois, em 27 de fevereiro.
A lista encontrada no celular de J.R.P. mostra os nomes dos candidatos do concurso com a ordem de classificação dos cargos. Por exemplo, junto ao nome de um candidato ao cargo de fiscal de obras e postura constava uma observação: ‘não precisa ser primeiro’.
Outra candidata ao cargo de enfermeira estava com uma observação ‘sexto’, enquanto que outra, para enfermeira em PSF, havia o lembrete ‘primeiro’. Junto aos nomes de outros três candidatos ‘aprovados’ para o cargo de odontólogo constavam as observações de ‘primeiro, segundo e terceiro’.
O esquema foi investigado na 'Operação Ápate', deflagrada pela Polícia Civil na semana ada, para cumprimento de 84 ordens judiciais. Os investigados respondem por associação criminosa e fraude em concurso público.
COMPRA DE VAGAS
A investigação, conduzida pelas delegacias de Mirassol d’Oeste e São José dos Quatro Marcos, reuniu evidências que mostram todo o esquema criado para fraudar vagas do concurso que ofertou 35 cargos em diferentes áreas da Prefeitura de Mirassol, que iam de auxiliar de limpeza a cargos de dentista, enfermeira e procurador.
A Polícia Civil identificou vários pagamentos pela compra de vagas por parte das pessoas que constavam na lista encontrada com o operador do esquema. O valor cobrado pelos responsáveis pelo esquema fraudulento foi de 10 vezes o salário, conforme o cargo. Houve compra para cargos nas áreas de odontologia, psicologia, enfermagem e educação.
Um dos ‘aprovados’ no concurso confessou o pagamento pela vaga. Ouvido em depoimento, ele declarou que ficou sabendo que uma pessoa estava vendendo vagas para o concurso da Prefeitura de Mirassol d’Oeste e manifestou interesse na vaga para ele e sua esposa. Depois, foi procurado pelo operador do esquema que lhe garantiu que conseguiria aprovação a um cargo e pediu o valor de 10 salários, que pagou já no ato da tratativa, à vista, uma parte e a outra, do segundo cargo ficou acertada para depois.
O interrogado foi orientado a fazer a prova do concurso, normalmente, e depois seria procurado para um novo gabarito que seria trocado pelo que foi preenchido no dia do concurso.
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